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O Simbolismo da Flor de Lótus e a Resiliência

Seja como a Flor de Lótus: renasça a cada dia diante da adversidade!

Dentre todos os fenômenos infinitos e curiosos da natureza está a flor de lótus. Um fenômeno que é uma metáfora apaixonante sobre a vida e as adversidades que enfrentamos todos os dias.


A Flor de Lótus

A flor de lótus é um tipo de lírio d’água cujas raízes têm a base na lama e no lodo de lagoas e lagos. A flor de lótus possui a semente com maior longevidade e resistência: pode aguentar até 30 séculos antes de florescer sem perder a sua fertilidade.

A flor de lótus é símbolo de pureza e beleza que pode surgir em um terreno alagadiço.

Esta bela flor emerge e se nutre de barro, em pântanos ou lugares alagadiços, e quando floresce se eleva sobre o lodo. De noite, as pétalas da flor se fecham e ela mergulha sob a água. Ela se fecha para mergulhar, mas ao amanhecer se levanta novamente sobre a água suja, intacta e sem restos de impureza por causa da disposição das suas pétalas em forma de espiral.

A flor de lótus tem a peculiaridade de ser a única flor que também é fruto ao mesmo tempo: o fruto tem a forma de cone invertido e está no seu interior. Quando a flor está fechada ela não tem cheiro, mas quando se abre o seu aroma lembra o jacinto. Muitos consideram o seu aroma hipnotizante, capaz de alterar o estado da consciência.


Mitologia sobre a Flor de Lótus

O fascínio por esta flor fez com que ela se tornasse um símbolo fundamental para diversas civilizações ao longo da história.

A flor de lótus é considerada sagrada e um dos símbolos mais antigos com diversos significados para os países do Oriente, embora também encontremos diversas referências a elas no mundo ocidental.

Na mitologia grega, os lotófagos eram um povo místico que os antigos identificavam como os habitantes de um povoado ao norte da África. Diz a lenda que uma bela deusa se perdeu em um bosque até chegar a um lugar onde abundava o lodo, denominado lótus, onde ela afundou.

Este espaço havia sido criado pelos deuses para os seres cujos destinos haviam sido fracassar na vida. Contudo, a jovem lutou durante milhares de anos até que conseguiu sair dali transformada em um bela flor de lótus, simbolizando o triunfo da perseverança diante das situações adversas.

No contexto budista, o lótus serve como assento ou trono para Buda e indica um nascimento divino. No mundo cristão, a flor de lótus é o lírio branco que significa tanto fertilidade quanto pureza. Tradicionalmente, o Arcanjo Gabriel leva para a Virgem Maria o lírio da Anunciação.

Venerada em muitos lugares, desde Índia, China, Japão e Egito, a flor de Lótus durante muito tempo simbolizou a criação, a fertilidade e, sobretudo, a pureza, uma vez que essa bela flor emerge das águas sujas, turvas e estagnadas. Além disso, representa a beleza e o distanciamento, pois cresce sem se sujar nas águas que a envolvem (a raiz está na lama, o caule na água e a flor no sol).

Na crença hindu, simboliza a beleza interior: “viver no mundo, sem se ligar com aquilo que o rodeia”.

No Egito, essa flor atípica simboliza a “origem da manifestação”, ou seja, o nascimento e o renascimento visto que ela abre e fecha consoante o movimento solar e, ademais, está relacionada com os Deuses Nefertem e Re. Vale lembrar que o lótus azul era venerado pelos faraós do Egito por possuir características sagradas e mágicas associadas ao renascimento.

Os egípcios antigos associavam a flor de lótus com o Deus do Sol Ra devido ao ritualismo de a flor se fechar durante a noite e se abrir, todas as manhãs, com o ressurgimento do sol.

É também a única planta que regula o seu calor interno, mantendo-o por volta dos 35º, isto é, a mesma temperatura do corpo humano. Outra característica peculiar são suas sementes, que podem ficar mais de 5 mil anos sem água, somente esperando a condição ideal de umidade pra germinar.


Lenda da Flor de Lótus no Budismo

Na lenda do Budismo relata-se que quando o Siddhartha, que mais tarde se tornaria Buda, deu os seus primeiros sete passos na terra, sete flores de lótus brotaram. Assim, cada passo dele representa um degrau no crescimento espiritual.

Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação – dhyana - está simbolizada pela abertura das pétalas das flores de lótus, que podem estar totalmente fechadas, semiabertas ou completamente abertas, dependendo do estágio da expansão espiritual.


Lenda da Flor de Lótus no Hinduísmo

Na Índia, uma pequena lenda conta a história de sua criação: Um dia, reuniram-se para uma conversa, à beira de um lago tranquilo cercado por belas árvores e coloridas flores, quatro lendários irmãos. Eram eles o Fogo, a Terra, a Água e o Ar.

Como eram raras as oportunidades de estarem todos juntos, comentavam como haviam se tornado presos a seus ofícios, com pouco tempo livre para encontros familiares. Mas a Água lembrou aos irmãos que estavam cumprindo a lei divina, que os encontros familiares deveriam lhes trazer o maior dos prazeres.

Assim, aproveitaram o momento para confraternizar e contar, uns aos outros, o que haviam construído – e destruído – durante o tempo em que não se viam. Estavam todos muito contentes por servirem à criação e poderem dar sua contribuição à vida, trabalhando em belas e úteis formas.

Então se lembraram de como o homem estava sendo ingrato. Construído ele próprio pelo esforço destes irmãos, não dava o devido valor à vida. Os irmãos chegaram a pensar em castigar o homem severamente, deixando de ajudá-lo. Mas, por fim, preferiram pensar em coisas boas e alegres.

Antes de se despedir, decidiram deixar uma recordação ao planeta deste encontro. Queriam criar algo que trouxesse em sua essência a contribuição de cada um dos elementos, combinados com harmonia e beleza. Sentados à beira do lago, vendo suas próprias imagens refletidas, cada um deu sua sugestão e muitas ideias foram trocadas. Até que um deles sugeriu que usassem o próprio lago como origem.

Que tal um ser vivo que surgisse da água e crescesse em direção ao céu? Um vegetal, talvez? Decidiram-se, então, por uma planta que tivesse suas raízes rente à terra, crescesse pela água e chegasse à plenitude do ar. Ofereceram, cada um, o seu próprio dom. A Terra disse: “darei o melhor de mim para alimentar suas raízes”.

A Água foi à próxima: “Fornecerei a linfa que corre em meus seios, para trazer-lhe força para o crescimento de sua haste”. “E eu lhe cercarei com minhas melhores brisas, dando-lhe minha energia e atraindo sua flor”, disse o Ar. Então o Fogo, para finalizar o projeto, escolheu o que de melhor tinha a oferecer: “ofereço o meu calor, através do sol, trazendo-lhe a beleza das cores e o impulso do desabrochar”.

Juntos, puseram-se a trabalhar, detalhe a detalhe, na sua criação conjunta. Quando finalizaram sua obra, puderam se despedir em alegria, deixando sobre o lago a beleza da flor que se abria para o sol nascente. Assim, em vez de punir o ser humano, os quatro irmãos deixaram-lhe uma lembrança da pureza da criação e da perfeição que o homem pode um dia alcançar.


Lendas Egípcias da Flor de Lótus

A flor de lótus é uma planta sagrada no Egito Antigo, onde é retratada no interior das pirâmides e nos antigos palácios do Egito. Segundo uma lenda, a flor está relacionada à criação do mundo e o umbigo do Deus Vishnu, onde teria nascido uma brilhante flor de lótus e desta teria surgido outra divindade, o Brahma, o Criador do Cosmo e dos homens. Outra lenda egípcia diz que o Deus do Sol Hórus, nasceu também de uma flor de Lótus.


No Dicionário de Símbolos

Flor, que se poderia dizer, a primeira e que desabrocha sobre águas geralmente estagnadas e turvas com uma perfeição tão sensual e soberana que é fácil imaginá-la…


…iconografia egípcia - como a primeiríssima; depois disso o demiurgo e o Sol brotam de seu coração aberto… garantia da perpetuação dos nascimentos e dos renascimentos.

O ‘lótus azul’, que era considerado o mais sagrado no país dos Faraós, ‘oferecia um perfume de vida divina:…vivos e mortos a aspirar a flor violácea, num gesto em que se misturam o deleite e a magia do renascimento’.


…iconografia da Índia distingue o lótus rosa como emblema solar e símbolo de prosperidade do lótus azul, emblema lunar e Shivaíta.


De modo geral, a ideia de pureza é constante, acrescentam-se ainda: a firmeza (a rigidez da haste), a prosperidade (a opulência da planta), a posteridade numerosa (abundância de grãos), a harmonia conjugal (duas flores crescem sobre a mesma haste), o tempo passado, presente e futuro (encontram-se simultaneamente os três estados da planta: botão, flor desabrochada e grãos).


A Flor de Lótus e o seu significado para a Psicologia

A flor de lótus representa o poder da resistência psicológica como capacidade para transformar a adversidade em potencialidade. Suzanne C. Kobasa, psicóloga da Universidade de Chicago, conduziu várias pesquisas nas quais detectou que os indivíduos com personalidade resistente têm uma série de características em comum. Costumam ser pessoas de grande compromisso, controle e orientadas ao desafio.

“As pessoas mais belas com as quais tive a oportunidade de me encontrar são aquelas que conheceram a derrota, conheceram o sofrimento, conheceram a luta, conheceram a perda e encontraram o seu jeito de sair das profundezas.” Elisabeth Kübler-Ross

Mais tarde esta explicação foi transformada no termo resiliência, a essência da personalidade resistente.

A resiliência é definida como a capacidade dos indivíduos de superar períodos de dor emocional e grandes adversidades.

A flor de lótus implica uma metáfora maravilhosa de como existem pessoas capazes de dobrar a dor e desdobrá-la posteriormente em forma de serenidade, autocontrole e persistência.


FONTE:

Chevalier, J.; Gheerbrant, A. (2001). Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. 16ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio.

Mund, P. (2016). Kobasa Concept of Hardiness: A study with reference to the 3Cs. International Research Journal of Engineering, IT & Scientific Research, 2(1), 34–40. Retrieved from https://sloap.org/journals/index.php/irjeis/article/view/243


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